domingo, 30 de janeiro de 2011

Era uma vez...

Nos dias atuais, uma dificuldade, entre várias, está se destacando. Identificar o que é real e o que é ilusão, o que é verdadeiro e o que é falso. Quebrar este ciclo vicioso mecânico que se tornou o ato de fazer escolhas. E muitos atropelos estão acontecendo neste processo, a exemplo da paixão mencionada no post anterior, pura ilusão. Prometi leitor, não tocar neste assunto com você, eis que ele me é tão dificultoso. Sim, eu me enganei. Eu cometo erros! Bom, mas enfrentada esta situação, passemos adiante. Esta identificação perpassa pelos mais singelos detalhes da minha vida, o que eu quero, o que eu sinto, o que eu faço ... e é tão ampla. É como se eu tivesse construindo um personagem literário, tendo que aprofundar-me no seu íntimo, no seu ser, conhecê-lo bem.  Só que ao contrário de antes, hoje esta obra é escrita em primeira pessoa. Eu estou com o papel e a caneta na mão, agora vamos fazer história...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"Abre essa janela, primavera quer entrar" ¹

Estranha esta sensação de aperto no peito. Esta insegurança. Estes pensamentos contínuos que insistem em completar o meu dia, por inteiro. Esta espera estática por um contato. Ahhh, este tão esperado contato... Há tempos não sentia isto, desta forma. Creio que toda a minha existência sempre primou por esta proteção. Não se apaixonar. Alguns diriam “você já está apaixonada mocinha, há tempos!”. Mas desta vez é diferente. Lembram da desclassificação de outrora? Pois, caros leitores, desta vez sei exatamente o que estou sentindo. Eu estou apaixonada. E este sentimento me enche de medo. Talvez isto seja algum resquício da minha antiga existência. Um nível ‘5’ de invasão que faz com que todo o meu sistema de proteção seja ativado automaticamente. Meu coração desperta, só que desta vez ele não vai se fechar a sete portas de aço.
¹ Casa pré-fabricada - Los Hermanos

sábado, 15 de janeiro de 2011

"Me and you. And you and me"

Você. É o que ultimamente me intriga. De onde vem este confuso sentimento, que não se encaixa em qualquer classificação? Este amor, que de tão híbrido, não me permite identificar a sua verdadeira fonte. Esta saudade que aperta o meu peito sempre que você está longe. Esta preocupação constante de saber se você está bem. Este zelo todo pelas suas coisas. Esta cumplicidade que sai dos nossos olhares... basta um simples olhar. Esta atenção que você me dispensa, que eu preciso tanto e você sabe. Esta vontade desesperada de um ver o outro feliz, cada um na vida que tem, na vida que deu pra ter. O que somos na realidade? Sinceramente, eu não sei. E mais sinceramente ainda, pouco importa sabermos.   

"Era um daqueles sentimento puros que não atrapalham o execício da vida, que se cultivam porque são raros e cuja perda traria mais aflição do que a alegria que poderia trazer a posse" (Madame Bovary de Gustave Flaubert)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Seus olhos. São eles que os meus olhos sempre refletem nestes momentos. Eu fico me perguntando o porquê ...  como sempre, em vão. Angustia-me estar com alguém e sentir a tua presença tão dominante, tão profunda, tão só minha. É inevitável conter as lágrimas. Eles pensam de tudo, que sou sensível, romântica, que estou emocionada. Eles estão certos. E você, que já sabe do que se trata, sorri pra mim, lançando aquele olhar que tem o seu silêncio tão ensurdecedor para meu espírito, me dizendo compassadamente, seja feliz, você pode, você merece. Mas não, mesmo com o seu apoio, eu nunca consigo esta tal felicidade. Vem-me uma tristeza tão cadente. Daí, a segunda vez é sempre um gesto mecânico, uma espécie de compensação em virtude da consideração que tenho por eles, que normalmente me tratam tão bem. E no final eles vão e nós voltamos pra casa, você e eu, sempre desacompanhados da tal felicidade. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Parece um labirinto. Ando, ando procurando alguma saída, algum outro caminho, mesmo que ainda tortuoso e nada. Sempre acabo com esta mesma sensação de querer sair correndo, fugir pra algum lugar, qualquer lugar, mas que seja longe daqui.
Esses últimos dias foram oscilantes, por vezes um vento de otimismo e de percepção me atingia, e mesmo por alguns momentos essa ligeira sensação de leveza se apoderava do meu ser. Mas por segundos e só, pois não tardava para esta vontade louca de me aventurar por outras terras, brotasse com força total do meu íntimo.
Não escrevi estes dias porque não queria retratar esta tamanha oscilação de perspectiva, de sentimento, de fé por qual estou passando.
Hoje me sinto covarde se continuar a escolher pelo caminho da fuga, mas ao mesmo tempo sinto um singelo desespero em ter que continuar aqui e enfrentar as situações do dia a dia, as pessoas, as coisas, principalmente as pessoas. 
Num desses relances de otimismo consegui captar alguma riqueza que existe em meu ser e todos os desafios que eu posso me proporcionar (ou já estou me proporcionando talvez). Isso fez com que minha tristeza aumentasse ainda mais, eis que consigo ter alguma noção do que eu estou ‘perdendo’. Eu poderia estar me aproveitando de verdade, curtindo o meu ser, a minha essência, a minha existência. Mas, o que parece ser uma fácil tarefa, se torna tão complexa, tão distante.
A minha respiração hoje é lenta, as minhas pernas já me faltam, os meus olhos continuam sem enxergar com nitidez e hoje estão mais irritados que dantes, de tanto serem forçados, de tantas lágrimas.
Seja lá onde eu estou neste labirinto, eu preciso me encontrar, de verdade.